segunda-feira, maio 20

a luta continua

HOJE (Segunda-feria, 20/05) AUDIÊNCIA PÚBLICA DA CÂMARA LEGISLATIVA EM PROL DA SAÚDE MENTAL, 10h, na FEPECS! Compareçam!

MANIFESTO À POPULAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL
NO DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL 2013
Muito a Comemorar, Mais Ainda a Resistir!
18 de maio é o Dia Nacional da Luta Antimanicomial: comemoração de uma trajetória de 25 anos de muita mobilização social, que resultou em conquistas e avanços nas políticas públicas de saúde mental no Brasil, a partir de um novo olhar sobre a atenção ao sofrimento psíquico. Essas mudanças foram construídas (através da participação) em quatro Conferências Nacionais de Saúde Mental e na luta pela aprovação da Lei Paulo Delgado (10.216/2001) que reorientaram o modelo de atenção às pessoas acometidas de transtorno mental e definiram a política pública nesta área.

Até então o tratamento das pessoas acometidas de transtorno mental era a internação em manicômios, hospitais psiquiátricos e hospícios, lugares de exclusão, injustiça e violação de Direitos Humanos, onde as pessoas permaneciam internadas por longos anos, excluídas do convívio social, vítimas de maus-tratos, violências de toda ordem – inclusive morte.

Profissionais, familiares e usuários dos serviços de saúde mental se organizaram e lutaram por uma política de saúde mental, sustentada no respeito integral às pessoas que se encontram com sua saúde mental fragilizada. Lutamos para superar o preconceito, os rótulos de periculosidade e de incapacidade e pelo reconhecimento de seus direitos como seres humanos e cidadãos.

O eixo central da rede de assistência em Saúde Mental passou a ser a substituição dos leitos e da internação em hospitais psiquiátricos como única alternativa por uma ampla Rede de Atenção Psicossocial, centrada na inclusão social: em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de atendimento a pessoas acometidas de intenso sofrimento psíquico, adultos, crianças e adolescentes e dependentes de álcool e outras drogas, em Residências Terapêuticas, em Centros de Convivência, Unidades de Acolhimento, no Programa de Volta para Casa e em projetos de inclusão pelo trabalho. No ano de 2000, contávamos com 208 CAPS no Brasil. Em 2013, chegamos à marca de aproximadamente 2000 CAPS em todo o país.

Mesmo com tantas conquistas a Luta não acabou. É com grande preocupação que assistimos a um enorme retrocesso na Política de Saúde Mental do Ministério da Saúde, com o desvirtuamento da rede de atenção financiada pelo SUS; com a política desenfreada de internação aos dependentes de crack; com a não obediência à Lei 10.216 e com o desrespeito à legislação nacional e internacional sobre os direitos humanos das pessoas necessitadas de cuidados em saúde mental. Assistimos o Governo Federal alocar enormes recursos em instituições privadas, as chamadas comunidades terapêuticas, em sua maior parte vinculadas a igrejas e objeto de denúncia de maus-tratos em relatórios sobre violações de Direitos Humanos produzidos por Conselhos Profissionais (Conselho Federal de Psicologia, Conselho Federal de Serviço Social), Movimentos Antimanicomiais e instituições de combate à tortura e de Defesa de Direitos Humanos.

         Consideramos inaceitável que a Presidência da República aloque recursos, na casa de 130 milhões de reais para essas instituições privadas que, na sua grande maioria, oferecem serviços desumanos, ineficientes e ineficazes.

Por isso lutamos:
  • Pelo cumprimento da Lei 10.216!
  • Pelo fortalecimento da Rede Pública de Atenção à Saúde Mental!
  • Pela não privatização e terceirização dos recursos do SUS!
  • Pelo direito à saúde com respeito à diferença, à autonomia e à liberdade!
  • Pelo respeito integral aos Direitos Humanos!

MOVIMENTO PRÓ-SAÚDE MENTAL DO DISTRITO FEDERAL

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